quarta-feira, 25 de maio de 2016

Quanto vale a educação de seus filhos?

            É imperioso, isso precisa ser interrompido. Os vazamentos de ligações são uma afronta ao nosso direito constitucional de não termos escrúpulos ou posicionamentos profundos e fundamentados.  Felizes aqueles brasileiros de outrora que, diante de uma crise qualquer, podiam eleger seus “messias” sem medo de eles aparecerem ligados a uma construtora, empreiteira, mercearia ou carrocinha de pipoca. Naquela época, mantinham-se intactas a moral e a ordem dos novos heróis. Hoje não se respeita mais nada, a televisão insiste em mostrar esses mecanismos políticos, exibe em horário nobre a destituição de nossos heróis, que desabam como castelos de cartas.
            O que vai ser mais à frente? Gravações? Gravações mostrando como o povo deixa de atravessar na faixa de segurança por alguns metros; ou como estacionam em vagas proibidas e não utilizam o cinto; quem sabe os abusos em coletivos públicos; os jeitinhos para obter um lugar privilegiado em algum serviço público. Essa onda de gravações pode cometer o maior dos crimes: demonstrar que grande parte da política brasileira preenche suas horas de expediente na capital nacional, lindamente arquiteta pelo saudoso Oscar Niemeyer, cosendo acordos políticos – como diria minha avó e a velha e esquecida gramática –, engenhando coligações e estabelecendo maneiras de perpetuar-se no poder, negligenciando toda e qualquer atividade destinada ao bem-estar social.

            Precisamos combater essa onda de revelações danosas, manter a integridade de nossa gente, validar toda nossa recente indignação para com “alguns” mandatários políticos. As recentes gravações ameaçam a todos, se não combatermos essa atrocidade, corremos o risco de, em uma noite qualquer, descobrirmos que a política brasileira é reflexo direto de seu povo. Afinal, ninguém quer ter vazadas as reclamações em ter que sair do almoço do domingo para ter que votar.

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