segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

As pernas quebradas

As pernas quebradas

Lamentável o que ocorreu com Anderson Silva na madrugada do último domingo. Para qualquer atleta o momento de uma lesão é traumático e difícil, mais ainda quando ocorre da maneira que ocorreu com o brasileiro. A cena da lesão é chocante e até mesmo comovente. Não existe quem olha a cena e não vira a cara como se estivesse quebrando a perna junto com o atleta. A repercussão é proporcional a importância do atleta e no meu ponto de vista justificada, mas esse fato lembrou-me outras pernas quebradas por aí.
Brasileiro dá canelada todos os dias em joelhos desavisados. Quebramos a tíbia e a fíbula nas segundas, terças, quartas, sem público, mídia ou repercussão. Professores vivem dando caneladas no insistente joelho do governo. Sofrem fraturas expostas horrendas que não são curadas. E logo depois, lá estão eles novamente. Chutando, chutando e chutando.
Trabalhadores saem de casa para receberem um salário mínimo, pagam impostos sobre esse, não ganham benefícios e nunca faltam ou deixam de trabalhar. Desferem seus chutes por aí, sabendo que do outro lado vão apenas encontrar uma perna bem preparada e pronta para quebrar sua perna boa. Mas mesmo assim continuam.
Quebramos nossas pernas a cada dois anos fruto de nossa própria displicência. E essas fraturas recebem os holofotes da mídia, geram os comentários, as séries de televisão, enfim, viram notícia. Dessa lesão infeccionada surgiram nomes como PC Faria, Collor, Maluf, Calheiros entre outros.
Desejo a melhor recuperação do mundo para o Anderson Silva e que ele possa voltar bem ou talvez encerrar a carreira com tranquilidade. Porém desejo recuperação para nós, que as caneladas que distribuímos por aí virem exceções e não regras, que saibamos curar as feridas abertas existentes por aí.


Jeferfson Luis de Carvalho

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